Super Interessante defende os Videogames

segunda-feira, 3 de setembro de 2007


Quando abro uma revista, mudo de canal ou acesso um site de notícia e noto que há algo relacionado a videogames em um veículo não especializado, fico apreensivo. Não que eu tenha medo dos videogames. Pelo contrário, sou gamer assíduo mas o que me assusta é como esses veículos se esforçam para trazer sempre o que há de pior nesse mundo muitas vezes "gamístico" (fazendo um paraleolo com "Misticismo" em si) para quem não tem parâmetros e muito menos uma opinião formada sobre o assunto.

Quando um jovem de classe-média mata outras pessoas e descobre-se que ele jogava videogame, é traçada uma ligação. Quando os números da qualidade da educação tornam-se preocupantes, o videogame vem à tona como uma das principais razões. Aliás, quando o assunto em questão é o jovem contemporâneo, lá estará o videogame, infelizmente como o vilão que tira o jovem do esporte, o exclui do convívio social e o torna violento.

Não que não haja verdade nisso tudo. Sou sincero e lembro bem de ter lido como o desempenho escolar do jovem japonês despencou nos anos 80 na época de grandes lançamentos como Dragon Quest e Final Fantasy. Aliás, lá foram impostas limitações e estipuladas datas para que os sedentos jovens japoneses pudessem usufruir dos títulos sem prejudicar esse desempenho. Agora, convenhamos, o "life style" japonês nunca foi parâmetro para nossa realidade ocidental. E, mesmo assim, o "furor" causado por um game lá é causado por vários outros produtos que não estão relacionado a games, o que acaba fazendo com que cheguemos à conclusão que o problema é que os japoneses são mesmo meio consumistas e birutas demais. Não os culpo, lá tudo que é moderno é várias vezes mais barato que aqui. Malditos impostos.

Seja lá como for, não estou aqui com o intuito de me apegar aos problemas do videogame e sim às soluções! Já ouviu falar de alguém que defende o videogame como forma de trabalhar coordenação motora, raciocínio e como melhoria comprovada em laboratório de melhoria profissional até para MÉDICOS? Provavelmente não, porque não há divulgação em veículos não-especializados. Mas estava eu folheando a minha Super Interessante desse mês (número 243, com a capa "Auschwitz - Por dentro da fábrica de matar") e me surpreendi com a reportagem entitulada "Efeito Videogame", com a imagem acima, em que são quebrados alguns paradigmas acerca dos supracitados. Além disso, é discutida a visão polêmica da TV como "emburrecedora" da sociedade, assim como a tradicional visão de exclusão trazida pelo PC e pela internet.

Vale a pena ler essa citação, em destaque na reportagem: "Os games forçam a pensar em hipóteses, testá-las e analisar as consequências. Ou seja, inspiram o pensamento científico". Daí dá pra ter uma idéia de como ficou a reportagem.

Se quiser saber mais, compre a revista. É POP e tem suas falhas, mas ainda é uma das melhores do Brasil no que diz respeito a inovação e conteúdo exclusivo e mais uma vez dá mostras de que ainda há gente não-sensacionalista nesses grandes veículos. Palmas.

8 comentários:

Unknown disse...

Isso me lembra, que outro dia eu vi em um canal randômico, que a UNICAMP tem um projeto lá, com jogos pra auxilio em cursos, despertar interesse em química em jovens e tal, bem interessante.. hehe :P

Omar Ajoue disse...

Há sempre diversos ladosna moeda. Se você de fato dedicar-se tanto aos games que deixar de lado toda a sua vida, isso sim será prejudicial, mas a culpa não é totalmente do video-game. A culpa é do mau uso. Querendo ou não, é difícil assumir isso, mas quem deve colocar limitações é você, e não a empresa que criou o jogo ou o console.

Fonte de diversão e até forma de desenvolvimento de raciocínio, se usados da forma correta, são um ótimo passa-tempo!

Compre um video-game! hahaha, brincadeirinha ^^

Rafael Shazan disse...

"quem deve colocar limitações é você, e não a empresa que criou o jogo ou o console."

Infelizmente discordo de você meu caro amigo gordo. Tenho lido e observado o suficiente para ter certeza que muito do que fazemos e do que nos tornamos infelizmente está fora daquilo que chamamos de "auto-controle" e que é definido pela psicologia como consciente.

Esse desenvolvimento "positivo" dos videogames, por exemplo, se dá quase sempre sem que controlemos, até porque é difícil mensurar nossos próprios ganhos de raciocínio, índice de atenção e "bagagem" de conhecimento que estão constantemente em expansão com o uso dos videogames.

Mas é igualmente difícil mensurar o quanto estamos sendo afetados negativamente pelos videogames. Tanto que, talvez até para nossa sorte, aqueles que condenam o videogame como uma influência negativa no desenvolvimento da criança, do jovem e até do adulto não têm material palpável para provar suas teorias!

A questão, no meu ponto de vista, não é inocentar os videogames de todas as suas acusações e sim pensar que ele trás sim muita coisa positiva. Das negativas estamos cansados de ouvir falar. Agora, em cima do que você disse, afirmo com segurança que não controlamos diretamente a forma como somos influenciados por um jogo de trama ou visual mais denso e impactante. Acredite, seu inconsciente defime muito mais o que você faz ou deixa de fazer no dia a dia do que sua consciência.

É como andar de bicicleta. No começo você não para de pensar que está fazendo isso para naõ perder a concentração e cair. Depois, com confiança, é capaz até de andar sem as mãos, ouvir música, cantar e pensar em alguma outra coisa ao mesmo tempo e por isso mal lembra que está pedalando. É por aí, quando se acostuma a jogar videogame e se aprofunda no jogo as "influências" podem ser muitas

Bixu Lezadu - Game Ombudsman disse...

Mike PORRA! Agora TODO MUNDO resolve ter blog, e ninguém me avisa nada?!? Bah! Btw, tô linkando no meu... '¬¬

Interessante o comentário sobre a revista! Isso tudo cai naquilo que o mundo RPGista em sí já cansou de viver: "Cometeu crime X. Têm alguma ligação com RPG (de mesa)? Então aprendeu satanismo com o jogo! OMFGZOR!!!" Enquanto isso (argumento batido usado por RPGistas de plantão) morrem centenas em estádios de futebol e ninguém faz maior alarde sobre o porquê...

Lerei a revista sim! Já estava interessado nela desde que um dos caras da república a trouxe para casa justamente por causa da matéria sobre Aschuwitz, Auschwitz, ou sei lá como se escreve isso (saúde)! Só falta descobrir ONDE ele enfiou a budega agora...

E, que bom que tenho novamente como ler as pérolas de vocês (Shazan e Omar... O tal de Ivan, se conheço, não lembro quem é)! Já tava com saudades, mas não sabia direito como "chegar" em vocês... (Sacumé! As vezes alguém pode ficar com ciúmes...)


Abraços à todos!

Arwald disse...

Well, a Super tá repetindo matérias, se bem recordo.
Tenho uma aqui sobre Auschwitz também de, sei lá, quase 1 ano atrás que tinha uma matéria sobre videogames e tratava da mesma forma: ressaltando o lado "instrutivo" da coisa.

De qualquer forma, acho que o videogame já tá passando a ser uma forma de entretenimento separada. Não podemos mais considerar o videogame como um simples passatempo eletrônico qualquer, ele tá gerando um mundo do qual cada vez mais o usuário faz parte, e isso pode vir a ser bom ou ruim...
Tanto em games de console quanto games pra PC (E a diferença, além de ser das empresas dominantes, passa pelo hardware e os investimentos em cada um) a clientela atual tem deixado de ser simplesmente a faixa "teen" e passado a incluir até mesmo empresários, que buscam também nesse novo "mundo" despejar seus produtos e encontrar consumidores especializados para suas mercadorias especializadas (Eu já comentei com o Rafael sobre isso no Skype)

De qualquer forma, bom post, valeu pra atualizar e pra instruir a questão do videogame e mais uma de suas facetas =D

E Omar e Ivan, suas bichas, postem algo também, tsc.

Anônimo disse...

Adorei o lance sobre pensamento científico (não por acaso ><"). É raro alguém falar sobre o ponto de vista de desenvolvimento do raciocínio hipotético-dedutivo de Popper o.O...
*não falei que ia melhorar?


bju ^^

Elias disse...

Muito boa essa matéria. Estou usando-a em minha monografia cujo tema é "Realidade Virtual".

disse...

Sonhei com essa palavra, batonete, vim aqui, putz, nada a ver! Rsrs